quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A Psicologia em auxílio à formação para a vida Consagrada

Dos dias 17 a 21 de outubro, a Ir. Inez Grochoviski – Irmã Missionária dos Sagrados Corações de Jesus e Maria, desenvolveu um trabalho de formação com os Noviços Passionistas, do Noviciado Passionista, em Ponta Grossa – (PR), sobre o tema: “OS VOTOS À LUZ DA PSICOLOGIA”. Nesta página ela faz um apanhado geral de como conduziu aquele momento de formação, compartilhando os conceitos que lá desenvolveu, como consagrada e psicóloga.

“Nossa reflexão esteve voltada para os VOTOS como um TESOURO que carregamos em um vaso de argila, dando ênfase ao fato que esse vaso de argila somos nós, e com nossas fragilidades facilmente pode ser machucado e ferido. Assim, uma psique destruída, afetada negativamente, dificulta o desenvolvimento da vida divina.


Devido à facilidade que temos de ser quebrados e destruídos afetivamente, Cristo age, então, como o Divino Oleiro, podendo modelar e remodelar nossa psique (cf Jer 18,6). Seu êxito, porém, dependerá do grau de abertura que a pessoa dá a ação de sua graça.

A psicologia enfatiza que a pessoa humana tem direito de viver em plenitude, assim como nos Evangelhos Jesus nos diz que veio trazer VIDA em abundância (cf Jo 10,10)

Pelo VOTO de CASTIDADE, seguindo o exemplo de Jesus Cristo, o consagrado experiencia, realiza e plenifica sua vida através de uma sexualidade integrada no e para o amor, amando a todos como Jesus.

Administra com capacidade ativa, livre e operativa os bens e supera o poder dominador pelo VOTO de POBREZA, conforme o exemplo de Jesus Cristo pobre.

Com capacidade livre, autônoma e determinada, organiza e programa sua liberdade, sua responsabilidade e sua existência pelo VOTO de OBEDIÊNCIA no seguimento e na adesão a Jesus obediente ao Pai.


Mediante a profissão dos Conselhos Evangélicos encontra, então, SENTIDO e SIGNIFICADO para sua vida, orientando-a sem fragmentação a Jesus Cristo e dessa forma vive com alegria e faz a experiência da realização plena.

Aqueles que seguem os Conselhos Evangélicos, ao mesmo tempo em que procuram a santidade para si mesmos propõem, por assim dizer, “uma terapia espiritual” para a humanidade, porque torna de algum modo visível o Deus vivo, pois o destino da auto-realização tão almejado pelo ser humano é o nascimento de Deus no próprio coração, ou seja, a admissão da Imagem de Deus na alma, encontrar no mais profundo de seu ser um espaço de silêncio no qual Deus habita.”


Conheça os Passionistas,
NOVICIADO PASSIONISTA 2011
"Comunidade orante, fraterna e solidária com os crucificados
através da meditação e anúncio da memória da Paixão"

http://noviciadopassionista.blogspot.com

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Vida Consagrada – Fonte de inspiração

Música: O mistério da vida

Letra e melodia da Postulante Vânia Jesus Santos
(Composta na Sexta Feira Santa, dia da Paixão do Senhor)



1-A vida é preciosa, um presente de amor

O mistério dessa vida, se esconde no Senhor

Encontramos em seu rosto verdadeira alegria

Da Paixão de Jesus Cristo recebemos nova vida.

Deus está presente, no nosso coração

Deus está presente, no rosto do irmão

Seu amor é grandioso, sua vida é missão

Coração de chama ardente de amor por nós irmãos.



2-Preciosa é a vida, que o Senhor nos revelou

nos chamou para viver, o mistério do amor

Tudo aquilo que sentimos é por graça do Senhor

a vida é um presente é um dom do grande amor.




3-A beleza dessa vida, encontramos com amor

se o coração se angustia, volta logo ao Senhor

Se o coração está em Deus confiante no Senhor

levaremos a alegria para o mundo sofredor.

Imagens: internet

sábado, 22 de outubro de 2011

MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI PARA O DIA MISSIONÁRIO MUNDIAL 2011

«Assim como o Pai me enviou, também Eu vos envio a vós» (Jo 20, 21)


Por ocasião do Jubileu do Ano 2000, o Venerável João Paulo II, no início de um novo milénio da era cristã, afirmou com força a necessidade de renovar o empenho de levar a todos o anúncio do Evangelho «com o mesmo entusiasmo dos cristãos da primeira hora» (Carta ap. Novo millennio ineunte, 58). É o serviço mais precioso que a Igreja pode prestar à humanidade e a cada pessoa que está em busca das razões profundas para viver em plenitude a própria existência. Por isso, o mesmo convite ressoa todos os anos na celebração do Dia Missionário Mundial.

Com efeito, o anúncio incessante do Evangelho vivifica também a Igreja, o seu fervor, o seu espírito apostólico, renova os seus métodos pastorais a fim de que sejam cada vez mais apropriados às novas situações — inclusive as que exigem uma nova evangelização — e animados pelo impulso missionário: «A missão renova a Igreja, revigora a sua fé e identidade cristãs, dá-lhe novo entusiasmo e novas motivações. É dando a fé que ela se fortalece! A nova evangelização dos povos cristãos também encontrará inspiração e apoio, no empenho pela missão universal» (João Paulo II, Enc. Redemptoris missio, 2).

Ide e anunciai

Este objectivo reaviva-se continuamente através da celebração da liturgia, em especial da Eucaristia, que se conclui sempre evocando o mandato de Jesus ressuscitado aos Apóstolos: «Ide...» (Mt 28, 19). A liturgia é sempre uma chamada «do mundo» e um novo início «no mundo» para testemunhar o que se experimentou: o poder salvífico da Palavra de Deus, o poder salvífico do Mistério pascal de Cristo. Todos aqueles que encontraram o Senhor ressuscitado sentiram a necessidade de O anunciar aos outros, como fizeram os dois discípulos de Emaús. Eles, depois de ter reconhecido o Senhor ao partir o pão, «partiram imediatamente, voltaram para Jerusalém e encontraram reunidos os onze» e contaram o que lhes tinha acontecido pelo caminho (Lc 24, 33-35). O Papa João Paulo II exortava a estarmos «vigilantes e prontos para reconhecer o seu rosto e correr a levar aos nossos irmãos o grande anúncio: “Vimos o Senhor”!» (Carta ap. Novo millennio ineunte, 59).

A todos

Todos os povos são destinatários do anúncio do Evangelho. A Igreja «por sua natureza é missionária, visto que, segundo o desígnio de Deus Pai, tem a sua origem na missão do Filho e na missão do Espírito Santo» (Conc. Ecum. Vat. II, Decr. Ad gentes, 2). Esta é «a graça e a vocação própria da Igreja, a sua mais profunda identidade. Ela existe para evangelizar» (Paulo vi, Exort. ap. Evangelii nutiandi, 14). Consequentemente, nunca pode fechar-se em si mesma. Enraíza-se em determinados lugares para ir além. A sua acção, em adesão à palavra de Cristo e sob a influência da sua graça e caridade, faz-se plena e actualmente presente a todos os homens e a todos os povos para os conduzir rumo à fé em Cristo (cf. Ad gentes, 5).

Esta tarefa não perdeu a sua urgência. Aliás, «a missão de Cristo Redentor, confiada à Igreja, ainda está bem longe do seu pleno cumprimento... uma visão de conjunto da humanidade mostra que tal missão ainda está no começo e que devemos empenhar-nos com todas as forças no seu serviço» (João Paulo II, Enc. Redemptoris missio, 1). Não podemos permanecer tranquilos com o pensamento de que, depois de dois mil anos, ainda existam povos que não conhecem Cristo e ainda não ouviram a sua Mensagem de salvação.

Não só mas aumenta o número daqueles que, embora tendo recebido o anúncio do Evangelho, o esqueceram e abandonaram, já não se reconhecem na Igreja; e muitos âmbitos, inclusive em sociedades tradicionalmente cristãs, hoje são refratários a abrirem-se à palavra da fé. Está em acto uma mudança cultural, alimentada também pela globalização, de movimentos de pensamento e de relativismo imperante, uma mudança que leva a uma mentalidade e a um estilo de vida que prescindem da Mensagem evangélica, como se Deus não existisse e exaltam a busca do bem-estar, do lucro fácil, da carreira e do sucesso como finalidade da vida, inclusive em detrimento dos valores morais.

Co-responsabilidade de todos

A missão universal envolve todos, tudo e sempre. O Evangelho não é um bem exclusivo de quem o recebeu, mas é um dom a partilhar, uma boa notícia a comunicar. E este dom-empenho está confiado não só a algumas pessoas, mas a todos os baptizados, os quais são «raça eleita... nação santa, povo adquirido» (1 Pd 2, 9), para que proclame as suas obras maravilhosas.

Estão envolvidas também todas as suas actividades. A atenção e a cooperação na obra evangelizadora da Igreja no mundo não podem ser limitadas a alguns momentos ou ocasiões particulares, e nem devem ser consideradas como uma das tantas actividades pastorais: a dimensão missionária da Igreja é essencial e, portanto, deve estar sempre presente. É importante que tanto cada baptizado como as comunidades eclesiais se interessem pela missão não de modo esporádico e irregular, mas de maneira constante, como forma de vida cristã. O próprio Dia Missionário não é um momento isolado no decorrer do ano, mas uma ocasião preciosa para nos determos e reflectirmos se e como correspondemos à vocação missionária; uma resposta essencial para a vida da Igreja.

Evangelização global

A evangelização é um processo complexo e inclui vários elementos. Entre estes, uma atenção peculiar da parte da animação missionária sempre foi dada à solidariedade. Este é também um dos objectivos do Dia Missionário Mundial que, através das Pontifícias Obras Missionárias, solicita a ajuda para a realização das tarefas de evangelização nos territórios de missão. Trata-se de apoiar instituições necessárias para estabelecer e consolidar a Igreja mediante os catequistas, os seminários, os sacerdotes; e também de oferecer a própria contribuição para o melhoramento das condições de vida das pessoas em países nos quais são mais graves os fenómenos de pobreza, subalimentação sobretudo infantil, doenças, carência de serviços médicos e para a instrução. Isto também faz parte da missão da Igreja. Anunciando o Evangelho, ela toma a peito a vida humana em sentido pleno.

Não é aceitável, afirmava o Servo de Deus Paulo VI, que na evangelização se descuidem os temas relativos à promoção humana, à justiça e à libertação de todas as formas de opressão, obviamente no respeito pela autonomia da esfera política. Não se interessar pelos problemas temporais da humanidade significaria «esquecer a lição que vem do Evangelho sobre o amor ao próximo que sofre e está em necessidade» (cf. Exort. ap. Evangelii nuntiandi, 31.34); não estaria em sintonia com o comportamento de Jesus, o qual «percorria as cidades e as aldeias, ensinando nas sinagogas, proclamando a Boa Nova do Reino e curando todas as enfermidades e doenças» (Mt 9, 35).

Assim, através da participação co-responsável na missão da Igreja, o cristão torna-se construtor da comunhão, da paz, da solidariedade que Cristo nos concedeu, e colabora para a realização do plano salvífico de Deus para toda a humanidade. Os desafios que ela encontra chamam os cristãos a caminhar juntamente com os outros, e a missão faz parte integrante deste caminho com todos. Nela conservamos, embora em vasos de barro, a nossa vocação cristã, o tesouro inestimável do Evangelho, o testemunho vivo de Jesus morto e ressuscitado, encontrado e acreditado na Igreja.

O Dia Missionário reavive em cada um o desejo e a alegria de «ir» ao encontro da humanidade levando Cristo a todos. Em seu nome concedo-vos de coração a Bênção Apostólica, em particular àqueles que mais trabalham e sofrem pelo Evangelho.


Vaticano, 6 de Janeiro de 2011, Solenidade da Epifania do Senhor.

BENEDICTUS PP. XVI


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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

OUTUBRO - MÊS MISSIONÁRIO

CORAGEM DE SONHAR
Entrevista com Irmã Carla R. Simplício


Ir. Carla e as jovens internas

Ir Carla, a sua missão, e a abertura da missão na Tanzânia (África) iniciaram quase juntas. Conte-nos sua experiência (quanto tempo você ficou lá, qual o seu trabalho...).

Para começo de conversa, não posso afirmar quando começou exatamente minha missão, pois este apelo missionário foi sempre uma constante em minha vida, diria que foi o encanto pela vida missionária que me levou à consagração na vida religiosa. E com certeza a vida religiosa me deu a possibilidade de poder ir realizando este sonho que é o da missão e missão “Ad Gentes”.

A abertura da nossa missão na Tanzânia me deu a possibilidade de realizar o grande sonho que alimentei toda minha vida, que era ser missionária na África.

Oficialmente a missão em África se deu em 2000, e na época me encontrava em Roma, cursando o último ano da faculdade de Missiologia. Um ano depois, no dia 29 de outubro, apresentei a minha tese, e quando fui agradecer a Madre Geral pela possibilidade que me dera de estudar, na mesma ocasião me perguntou: você está pronta para partir para África? E eu não queria acreditar, foi uma alegria muito grande, pois via meu sonho tornar-se realidade. E assim no dia 23 Novembro de 2001 parti para Singida (Tanzânia).

Ali temos a nossa casa de noviciado, onde por 9 anos dediquei-me à formação das jovens à vida religiosa. Foi uma experiência muito bonita e gratificante, apesar das dificuldades que se encontram quando se vai em direção a uma realidade desconhecida. De resto, sabemos que a formação à vida religiosa hoje apresenta muitos desafios e muito mais quando estamos diante de um povo, língua, culturas diferentes da nossa. Sem esquecer que também temos que fazer as contas com nossos limites e fragilidades.


El Estor ( Guatemala)

Voce teve uma preparação específica para o trabalho missionário, já esteve fora do Brasil antes? O que você pode partilhar sobre este período?

Sim, posso dizer que recebi uma suficiente preparação, principalmente para o apostolado missionário. Já no Brasil frequentei alguns cursos e depois me aperfeiçoei na Itália, onde vivi por aproximadamente 10 anos. Neste tempo tive a oportunidade de conhecer melhor as fontes da Congregação que nasceu em Roma e está celebrando seus 125 anos de fundação. Neste período também fiz uma experiência de um ano em missões populares, organizadas pelos padres passionistas, e isso me proporcionou a oportunidade de conhecer melhor a realidade de um pais de primeiro mundo. Contemporaneamente realizei alguns estudos, como: de espiritualidade e cultura (Teresianum) catequese missionária, e missiologia (na Universidade Ubaniana) em Roma.

E a sua experiência no Brasil antes de partir?

No Brasil minha experiência também foi muito positiva, deste quando entrei na congregação em 1977, tive a oportunidade de trabalhar com os idosos no asilo, na pastoral paroquial, onde pude estar acompanhando as várias pastorais e grupos diferentes como; liturgia, catequese, pastoral familiar, jovens, pastoral vocacional, escolas e outros segundo a necessidade das comunidades por onde passei. E neste tempo fui realizando os estudos médios. Sempre me encantou muito estar com as pessoas, aprendi muito com elas e me ajudaram muito a entender e amar sempre mais minha vocação e missão como religiosa dos Sagrados corações de Jesus e Maria.


Irmã Carla e as noviças entre as gigantescas pedras da Tanzânia

O que mais marcou sua experiência missionária... dificuldades, alegrias, desafios...

Sou convicta de que dificuldades, alegrias, desafios e outros estão presentes em qualquer vocação e não só dos consagrados e missionários. Quando nos propomos a ser fiel e coerente com o que propomos sempre nos custa. É como navegar contra corrente. As provações nunca faltaram, mas contribuíram muito para meu amadurecimento, prefiro não citar nomes, mas muitas pessoas, a começar pela minha congregação me ajudaram a superar momentos difíceis.

Dificuldades: Na minha experiência missionária, foi ter que deixar a família, minha nação, precisar aprender outra língua, outros costumes, conviver com pessoas de cultura diferente, essa é uma prova de fogo e só se aprende juntos, tirando nossas sandálias, pois Deus nos precede na missão, Ele já esta lá. E o nosso engano é sempre pensar que vamos levar algo novo... levar Deus.

Alegrias: Tive muitas alegrias em minha vida missionária, a primeira foi minha família que sempre me apoiou e encorajou em minha vocação e missão, segundo a de pertencer à congregação Missionária dos Sagrados Corações de Jesus e Maria que foi amor à primeira vista. Desde que entrei, no Instituto aconteceram muitas mudanças que ajudaram e esclareceram mais nossa missão na Igreja. A terceira é de o Instituto haver-me proporcionado uma preparação adequada e me enviado às missões, também do apoio, confiança e incentivo de meus superiores. Tudo contribuiu para que pudesse realizar meu sonho missionário.

Desafios: O ardor missionário não exclui as dificuldades. O título da nossa conversa esconde uma verdade, porque o sonho é de graça, mas a realidade tem um preço. Todos nós temos o direito de sonhar, mas não a alimentar de sonhos, para que o sonho se torne realidade é preciso enfrentar muitas realidades, lutar pelo que queremos, acreditar e saber esperar. Este foi para mim um grande desafio. Outro desafio foi a abertura a capacidade de adaptar a novas realidades, como o idioma, cultura, clima, alimentação, e costumes. A vida missionária nos desinstala de nosso comodismo, das nossas seguranças. Somos chamados constantemente a fazer a experiência de Zaqueu e isso custa muito para o nosso homem velho. Não posso negar que me custa, mas Deus sempre me tem presenteado com sua graça dando-me a capacidade de adaptação às varias realidades onde estive. Essa presença escondida de Deus na sabedoria e cultura dos povos me encanta, me apaixona!


Noviças em passeio

Sendo brasileira, você já viveu na Itália e na Tanzânia, agora na Guatemala. Que tipo de experiência você pode tirar para sua vida, depois desses anos como missionária dos Sagrados Corações.

Sim, brasileira, mineira muito apegada ao meu barraco fui chamada a viver na Itália, depois na Tanzânia, e agora vivo na Guatemala. São três realidades muito diferentes entre si, e em cada uma delas também fui chamada serviços diferentes e desafiadores, isso mexe muito com nossas estruturas, mas estas realidades abriram em mim muitos horizontes, trouxeram muitos ensinamentos. Em cada uma dessas realidades pude colher muitos aspectos positivos que contribuem muito para a vida pessoal e missionária; ver a realidade de um modo diferente, o encontro com o outro às vezes nos intimida, nos desafia, questiona e muitas vezes amamos acariciar nosso cantinho.

Uma tentação muito grande pela qual precisamos vigiar é o de fazer comparações, medir, pesar as realidades que já conhecemos ou vivemos antes e estamos vivendo agora. Isso é muito prejudicial á missão. Neste aspecto precisamos fazer um salto de qualidade contínuo, “vestir” a realidade do outro, aprender a amar e a admirar o que é importante para o outro. Respeito, solidariedade, fraternidade, acolhimento, escuta são alguns valores indispensáveis quando vamos ao encontro de outra cultura. Neste sentido, estou aprendendo que o missionário deve ser mais preparado para escutar do que para falar, fazer do que mandar, ser do que poder. Graças a Deus, está passando a febre da missão show, fogo-de-palha com cheiro de assistencialismo, distribuidora de... acredito mais em uma missão que é presença como a “vela” que se consome iluminando no silêncio, por mais pequena que seja é um ponto de luz para muitos, indefesos sem voz e vez nesta terra de Deus.

Como Irmã Missionária dos Sagrados Corações, estou aprendendo a ser missionária, e sou muito feliz pela minha vocação e missão e agradeço a Deus por este dom. Não sonho em fazer coisas grandes, desejo, sim, ter um coração grande e capaz de entender o valor de cada coisa. Prefiro falar do grande amor com que Deus sempre me demonstrou, assistindo-me nos momentos difíceis, dando-me fé, discernimento e coragem para tomar decisões no momento certo. Precisamos ser conscientes de que nossa vocação e missão são provadas, purificada lá onde menos imaginamos, aprendemos a ser humildes, a pedir ajuda e, assim, amadurecemos.

Quais suas expectativas e esperanças?

Minha expectativa é de esperança, que nossa congregação possa tornar sempre cada vez mais missionária, não só as Irmãs que são chamadas a partir a deixar a própria terra, mas todas, e cada uma fazendo o melhor possível aquilo que é chamada a fazer. Somos um “punhado” nas mãos de Deus, mas Ele acostuma fazer coisas grandes na vida de quem se dispõe a servi-lo. Que as irmãs jovens sejam corajosas, determinadas e enamoradas de Deus e da missão, sempre disponíveis para servir ao Senhor onde quer que Ele as chama.


Irmã Carla e crianças tanzanianas

Irmã Carla, deixe-nos uma mensagem.

A mensagem que gostaria de deixar para todos os missionários, neste mês a nós consagrados, é de ter coragem e de olhar para longe, existem outros horizontes que reclamam por nossa presença. Às vezes a missão é partir, outras vezes a missão é ficar... o importante é que estamos na vontade de Deus, as duas realidades exigem fé.

Deus não chama a todos para fazer coisas extraordinárias, mas nos chama a fazer de maneira extraordinária cada coisa. A vida é uma oportunidade única, e vale a pena vivê-la com intensidade. Imagine que cada minuto que passa é uma despedida. E que só o presente é em teu poder para dar o melhor de si. Nesta estrada muitos se cansam, desanimam, dão marcha ré, outros até dizem que a vocação saiu de moda... e que a missão é utopia! Não!!! E se assim fosse prefiro continuar fora da moda, e a sonhar como Jesus sonhou.

A todas as pessoas que acessam o nosso blog fica uma proposta: seja missionário onde você estiver, seja orgulhoso de tua Fé, defenda-a, indiferentemente do seu estado de vida ou vocação, você é chamado a dar razões do teu acreditar.

A você jovem que sonha e acredita em um mundo melhor e se sente atraída para a missão venha se unir a nós realizando sua vocação missionária na Congregação das Irmãs Missionárias dos Sagrados corações de Jesus e Maria.

Um beijo no teu coração!
Ir. Carla R. Simplicio

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

OUTUBRO - MÊS MISSIONÁRIO

Mais uma Missionária dos Sagrados Corações “avança para as águas mais profundas”... rumo à Guatemala

Entre as dimensões do nosso carisma está a “presença e ação nas missões. Especialmente com o reconhecimento como Congregação de direito pontifício e a inclusão na nossa denominação do título "missionárias”, sentimos que o horizonte de nossa participação na difusão do Evangelho tornou-se um componente central do nosso ser na Igreja e no mundo”. Nesse sentido a missão em várias nações adquire um significado e uma amplidão particular e constitui um modo fundamental segundo o qual nós percebemos o sentido de ser missionárias. A essa missão não somente queremos ser fiéis, mas também dedicar o melhor de nós mesmas como irmãs individualmente, e como Instituto. "Tal perspectiva, portanto, deve estar presente na nossa mente e no nosso coração e suscitar um constante impulso missionário, para viver as ocasiões e as circunstâncias com as quais colaborar para a divulgação do Evangelho” (Linhas Fundamentais do nosso Carisma, p. 50)

Conscientes dessa importante dimensão, muitas irmãs dedicaram sua vida às missões fora da própria pátria. Assim que a congregação abriu as portas para a missão, as irmãs italianas vieram para o Brasil há quase 50 anos, e com tanto sacrifício e dedicação deram vida ao nosso apostolado em algumas cidades brasileiras. Daqui também surgiram frutos para a missão: Irmãs brasileiras que sentiram o chamado e foram enviadas para o exterior e ajudaram a fundar novas missões, juntamente com as Irmãs italianas: Ir. Leonia, Ir. Maura, Ir. Osvalda, Ir. Leonilde, Ir. Carla, Ir. Giovanna, Ir. Lourença, Ir. Míriam. Todas, com espírito missionário, ouviram o apelo do Senhor e disseram Sim ao convite do Mestre para “avançar para as águas mais profundas” e estão dando sua contribuição em países longínquos para a difusão do Evangelho.

Agora é a vez da Ir. Maria Alice! Depois de dedicar vários anos na direção da creche Sagrados Corações em Ponta Grossa (PR), destinada à assistência de crianças carentes, se dispôs a seguir os passos das outras missionárias que a precederam. Neste mês missionário, Ir. Maria Alice parte para Guatemala, para reforçar a comunidade e prestar serviço ao povo tão necessitado.
Que o Senhor te acompanhe!

Fotos
1 - Momento em que a Ir. Maria Alice recebe das mãos do Sacerdote o envio para a Missão na Guatemala.
2 - Ir. Maria Alice com as crianças na creche Sagrados Corações, em Ponta Grossa - PR, onde era coordenadora.

domingo, 2 de outubro de 2011

OUTUBRO - MÊS MISSIONÁRIO

Missão: Parte integrante do Carisma

Ir. Josely enfrentando os desafios das missões populares em Minas Gerais

Nós Irmãs Missionárias dos Sagrados Corações compreendemos que o amor de Cristo nos impulsiona a seguir o seu exemplo na realização da sua missão de anúncio da salvação e manifestação de benevolência para com todos.

A referência ao Coração de Cristo, torna evidente aquilo que Jesus mesmo ensina quando diz: “Aprendei de mim, que sou manso e humilde de Coração” (Mt 11,29). Contemplando constantemente o Coração de Jesus, interiorizando a sua mensagem de amor e seguindo as suas pegadas, a Missionária dos Sagrados Corações realiza a sua Consagração, como parte de tal projeto, livremente escolhido.

Pelo nosso Carisma, nos sentimos inseridas na Igreja local, na qual atuamos a nossa missão, como deseja o Coração de Cristo. Desta maneira, partilhamos com Ele o desejo que o fogo do amor que Ele veio trazer sobre a terra, seja difundido sempre e em todo o lugar, de tal modo que tome conta do mundo inteiro, para que os frutos da redenção sejam esparsos a todos os homens da terra. Conscientes disso, nos empenhamos nas diversas pastorais, auxiliando os pastores na sua ação, orientada ao crescimento dos fiéis, nas diversas idades e condições.

Nosso Instituto, particularmente, desde as origens, empenhou-se nas várias formas de presença e serviço ao lado do povo de Deus.

O nosso Projeto Geral de Formação, no n. 11, descreve muito bem o nosso papel como Missionárias dentro da Igreja e com a Igreja:

“Chamadas à vida missionária, fazemos a experiência de que também essa è expressão da dimensão carismática da nossa existência. O que pedimos a Deus é trabalhar pela sua glória, amá-lo e torná-lo amado. Somente concentrando toda a nossa atenção interior sobre os Corações de Jesus e Maria, poderemos servir, com eficácia e sem interesses egoísticos, os nossos irmãos. Somente deixando-nos tocar e plasmar assiduamente pela Palavra divina, nos tornamos verdadeiros profetas de Deus de Jesus Cristo, capazes de anunciar o Evangelho e de discernir os sinais da presença divina no nosso mundo tão pleno de contradições. Somente se consentirmos ao Espírito de amor de libertar-nos de nós mesmas e plasmar o nosso coração à imagem dos Corações de Jesus e Maria, poderemos descobrir o rosto de Cristo nos irmãos.

Do serviço apostólico, posteriormente, receberemos também a ajuda, freqüentemente inesperada, para o nosso caminho espiritual e, graças à ela, veremos crescer a disponibilidade em deixar-nos modelar pelo Espírito e a sermos cada dia novamente enviadas em missão, constantemente renovadas, para o bem dos irmãos e a glória de Deus.

Ir. Lourença visitando as famílias pobres na Guatemala