Estamos no mês missionário, e para saber mais sobre a vida missionária nada melhor que acompanhar a experiência e testemunho relatado pela nossa querida Irmã Miriam que está a serviço da Missão.
Neste mês das
Missões é muito oportuno poder partilhar, a partir de minha experiência o que
está sendo a Missão para mim, desde que fui enviada pela Superiora Geral da
nossa Congregação, a pedido do Bispo Monsenhor Gabriel Peñate, do Vicariato
Apostólico de Izabal, em Guatemala. Já me sinto seduzida por esta terra abençoada, que
desde o mês de Janeiro do ano 2009 fui solicitada para fazer parte de uma
comunidade de três Irmãs e com elas condividir a vida diária nas diversas
atividades de um Internato situado em El Estor, Estado de Izabal. Este Internato acolhe
jovens estudantes, com raízes de cultura Maya, de famílias de baixa renda
econômica, provenientes das montanhas isoladas e de aldeias distantes, resultando
difícil acesso a um trabalho mais digno e justo. As 23 jovens que residem neste internato no
momento são estudantes, aqui elas desenvolvem seus aprendizado frequentando uma
escola externa de autonomia católica, administrada por Religiosos La Salle.
Estas jovens que chegam ao Internato necessitam,
não só de ajuda e acompanhamento na educação e formação cultural, como também,
nas diversas áreas da vida intelectual, moral e religiosa, sobretudo na
conscientização da importância do trabalho para o desenvolvimento da pessoa.
Dentro deste contexto dedico meu tempo estando
com elas, apoiando e colaborando nas tarefas de escola, principalmente na
matéria de religião, na orientação e distribuição dos trabalhos interno e externo
da casa. Com elas realizamos momentos de encontros, de partilha, de orientação
e também momentos de lazer. Tudo isso é muito gratificante, embora não seja fácil
realizar com a mesma ternura que o Senhor nos pede a ter.
Desde o princípio um dos fortes elementos para levar em frente à missão foi e está sendo
a cultura.
Considerando que a cultura é um elemento muito
essencial para uma vivencia mais harmoniosa, neste caso foi muito significativo
para mim os fortes momentos em que provei este, ao desejar tornar realidade “os
planos de Deus,” na Missão que me foi confiada, quando ao final resultava como
se não atingir um objetivo desejado, aparentemente parecia ser um “fracasso”. Queria mudar o mundo que estava ao meu redor com
uma mentalidade de cultura que não era compatível. O Senhor com Sua paciência
foi me ensinando que é preciso compreender e amar as diferenças e os possíveis
“erros” que aparecem no caminho. O Coração de Deus é tão generoso que me foi
fazendo ver que é preciso escutar com a mente e o coração e abrir-se para fazer
realidade a sua vontade, desde a mais sutil prova de poder perdoar...
Observando as necessidades e realidades da nossa Igreja, tomei como projeto a intensificar minha presença colaborando na Paróquia São Pedro Apóstolo, El Estor, em distintas pastorais: Ministros extraordinários da Comunhão; Pastoral Vocacional; Comissão de Missão.
Com vários grupos de leigos e de comum acordo com os sacerdotes da Paroquia, realizamos a Consagração das Famílias e a Entronização da Imagem dos Sagrados Corações, iniciando no mês de Maio e terminamos em Junho, atingindo a mais de 100 famílias.
Atualmente a paroquia está gozando
da vivência das Santas Missões Populares. Para mim está sendo uma experiência
riquíssima, cheia de surpresas. É visível também a expansão de outras crenças religiosas,
particularmente nas periferias da cidade. No entanto, admiro as crianças,
anciãos e jovens que nos acompanham nestas visitas que fazemos de casa em casa,
admiro aquelas crianças que encontramos em suas casas com sua família, algumas
nos olham encantadas, e outras que, ao redor de seus pais rezam conosco.
Perguntei aos pais quando vi sua
filha mais nova fazer bem o sinal da cruz e acompanhar as orações: Quem ensinou-lhe
a rezar e o pai respondeu: fomos nós. Levou-me a refletir que a família que
assim ensina a seus filhos a por em prática os valores da vida cristã, constrói sua casa sobre
a rocha.
Tantos são os desafios que já
provei e que tenho a enfrentar, porém, tudo isso só me faz intensificar e
alimentar-me da oração e da Palavra que é Vida e Esperança. Considero que o
Senhor aqui me colocou para estar em comunhão com Ele e me permite a descobrir a resposta da pergunta que fiz: por que eu? É para ser “discípula
e missionária” sua.
Ir. Miriam Siqueira de Carvalho
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