quinta-feira, 17 de outubro de 2013

A serviço da missão. Por que eu?


Estamos no mês missionário, e para saber mais sobre a vida missionária nada melhor que acompanhar a experiência e testemunho relatado pela nossa querida Irmã Miriam que está a serviço da Missão.  
 
Neste mês das Missões é muito oportuno poder partilhar, a partir de minha experiência o que está sendo a Missão para mim, desde que fui enviada pela Superiora Geral da nossa Congregação, a pedido do Bispo Monsenhor Gabriel Peñate, do Vicariato Apostólico de Izabal, em Guatemala. Já me sinto seduzida por esta terra abençoada, que desde o mês de Janeiro do ano 2009 fui solicitada para fazer parte de uma comunidade de três Irmãs e com elas condividir a vida diária nas diversas atividades de um Internato situado em El Estor, Estado de Izabal. Este Internato acolhe jovens estudantes, com raízes de cultura Maya, de famílias de baixa renda econômica, provenientes das montanhas isoladas e de aldeias distantes, resultando difícil acesso a um trabalho mais digno e justo.  As 23 jovens que residem neste internato no momento são estudantes, aqui elas desenvolvem seus aprendizado frequentando uma escola externa de autonomia católica, administrada por Religiosos La Salle.
 
Estas jovens que chegam ao Internato necessitam, não só de ajuda e acompanhamento na educação e formação cultural, como também, nas diversas áreas da vida intelectual, moral e religiosa, sobretudo na conscientização da importância do trabalho para o desenvolvimento da pessoa.
 
Dentro deste contexto dedico meu tempo estando com elas, apoiando e colaborando nas tarefas de escola, principalmente na matéria de religião, na orientação e distribuição dos trabalhos interno e externo da casa. Com elas realizamos momentos de encontros, de partilha, de orientação e também momentos de lazer. Tudo isso é muito gratificante, embora não seja fácil realizar com a mesma ternura que o Senhor nos pede a ter.
Desde o princípio um dos  fortes elementos  para levar em frente à missão foi e está sendo a cultura.
 
Considerando que a cultura é um elemento muito essencial para uma vivencia mais harmoniosa, neste caso foi muito significativo para mim os fortes momentos em que provei este, ao desejar tornar realidade “os planos de Deus,” na Missão que me foi confiada, quando ao final resultava como se não atingir um objetivo desejado, aparentemente parecia ser um “fracasso”. Queria mudar o mundo que estava ao meu redor com uma mentalidade de cultura que não era compatível. O Senhor com Sua paciência foi me ensinando que é preciso compreender e amar as diferenças e os possíveis “erros” que aparecem no caminho. O Coração de Deus é tão generoso que me foi fazendo ver que é preciso escutar com a mente e o coração e abrir-se para fazer realidade a sua vontade, desde a mais sutil prova de poder perdoar...

Observando as necessidades e realidades da nossa Igreja, tomei como projeto a intensificar minha presença colaborando na Paróquia São Pedro Apóstolo, El Estor, em distintas pastorais: Ministros extraordinários da Comunhão; Pastoral Vocacional; Comissão de Missão.

Com vários grupos de leigos e de comum acordo com os sacerdotes da Paroquia, realizamos a Consagração das Famílias e a Entronização da Imagem dos Sagrados Corações, iniciando no mês de Maio e terminamos em Junho, atingindo a mais de 100 famílias. 
 
Atualmente a paroquia está gozando da vivência das Santas Missões Populares. Para mim está sendo uma experiência riquíssima, cheia de surpresas. É visível também a expansão de outras crenças religiosas, particularmente nas periferias da cidade. No entanto, admiro as crianças, anciãos e jovens que nos acompanham nestas visitas que fazemos de casa em casa, admiro aquelas crianças que encontramos em suas casas com sua família, algumas nos olham encantadas, e outras que, ao redor de seus pais rezam conosco.
 
Perguntei aos pais quando vi sua filha mais nova fazer bem o sinal da cruz e acompanhar as orações: Quem ensinou-lhe a rezar e o pai respondeu: fomos nós. Levou-me a refletir que a família que assim ensina a seus filhos a por em prática os valores da vida cristã, constrói sua casa sobre a rocha.
 
Tantos são os desafios que já provei e que tenho a enfrentar, porém, tudo isso só me faz intensificar e alimentar-me da oração e da Palavra que é Vida e Esperança. Considero que o Senhor aqui me colocou para estar em comunhão com Ele e me permite a descobrir a resposta da pergunta que fiz:  por que eu? É para ser   “discípula e missionária” sua.

Ir. Miriam Siqueira de Carvalho
  

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