No dia 23 de fevereiro de 2013, estivemos presentes em
Jacareí - SP capela Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, para formação de lideranças, a convite da Neide,
coordenadora da capela, a qual nos acolheu com cordialidade. O
encontro teve início às 14:00h e encerrou
às 17:00h.
Partindo do princípio de que para atender ao chamado
para servi-lo, é necessário ter com Ele um relacionamento entre criatura e Criador;
e para que haja esse relacionamento é preciso que estejamos em harmonia com nossa
natureza, ou seja, que saibamos lidar com nossos sentimentos.
Por isso decidimos iniciar a formação com o tema:
ESPIRITUALIDADE A PARTIR DE SI, tendo como base os escritos de Anselm Grün.
Segundo
Grün, Deus fala conosco não somente
na Sagrada Escritura, mas também através do que sentimos. A pergunta é: Qual a mensagem que trás tal
sentimento e em que sentido quer me transformar? A meta é sempre a imagem de
Deus dentro de nós. Lá onde alguma coisa me questiona, incomoda, faz sofrer,
etc., ali Deus quer falar, em minha realidade individual e não podemos chegar a
Ele passando por cima disso.
Para os antigos monges, o encontro com
Deus pressupõe o encontro consigo mesmo, por isso é necessário familiarizar-se
com sua realidade e isso exige uma atitude humilde. O caminho da humildade
leva-nos a Deus fazendo-nos descer a nossa própria condição terrena e humana.
Descer para subir, este é o paradoxo da espiritualidade a partir de si. A
humildade é uma atitude religiosa que une o homem a Cristo. Santo Agostinho
chega a dizer que é melhor o pecado com humildade do que a virtude sem
humildade, pois o pecado abre-nos para Deus e me leva a entender que não sou
capaz de garantir por mim mesmo não pecar, mas dependo de Deus, da Graça. A
virtude pode nos seduzir, fazendo-nos acreditar que somos capazes de chegar a
Deus com nossas próprias forças. A humildade nasce de uma experiência de Deus
como mistério infinito que experimentamos como criaturas finitas. Quanto mais
eu me aproximo de Deus, mais dói minha própria verdade, e quanto mais através
do fracasso eu experimento minha verdade, tanto mais me abro para Deus. Porém a
meta não é, pois a humilhação, mas sim, sua elevação na transformação pelo Espírito
Santo que nos penetra inteiramente.
O encontro conosco mesmos
não é a meta final, apenas a porta de entrada para reconhecermos Deus como
Senhor de nossa vida, isso inclui sermos transformados e seguir o caminho, rumo
ao objetivo. Admitir e apresentar a Deus, somente com essa condição a transformação
acontece, caso contrário, jogamos para as profundezas do inconsciente, então gastamos toda a nossa energia para nos
defender e não “sobra” energia para
seguir o caminho, no trabalho do Reino.
Podemos subir para Deus
apenas quando subimos na humildade. Segundo Jung o caminho para Deus passa pela
descida às regiões escuras do inconsciente. Para ele a humildade é a coragem de
olhar a própria sombra, a humildade é necessária para um bom relacionamento com
o inconsciente. Os grandes personagens bíblicos tiveram que passar pelo fundo
do vale para colocar sua confiança unicamente em Deus e deixarem se transformar
por Deus em modelo de fé e obediência.
Em um segundo momento,
falamos sobre a FÉ, condição fundamental para nos entregar em um trabalho de
doação à Igreja. A base para a explanação deste tema foi à carta Porta Fidei, escrita pelo Papa Bento
XVI, com o objetivo de incentivar o
encontro com Jesus Cristo através de autênticas testemunhas da fé, que,
envolvidas pelo ardor da nova evangelização, aumentem o conhecimento das
verdades da fé e do seu conteúdo. O Papa deseja que “os cristãos redescubram o valor e
a beleza da fé que professam”.
O papa fala que a “crise da fé é o maior desafio da evangelização no séc. XXI e não podemos aceitar que o sal se torne insípido e a luz fique escondida (cf. Mt 5, 13-16). Também o homem contemporâneo pode sentir de novo a necessidade de ir como a samaritana ao poço, para ouvir Jesus que convida a crer n’Ele e a beber na sua fonte, donde jorra água viva (cf.Jo 4, 14). Devemos readquirir o gosto de nos alimentarmos da Palavra de Deus, transmitida fielmente pela Igreja, e do Pão da vida, oferecidos como sustento de quantos são seus discípulos (cf. Jo 6, 51)”.
O papa fala que a “crise da fé é o maior desafio da evangelização no séc. XXI e não podemos aceitar que o sal se torne insípido e a luz fique escondida (cf. Mt 5, 13-16). Também o homem contemporâneo pode sentir de novo a necessidade de ir como a samaritana ao poço, para ouvir Jesus que convida a crer n’Ele e a beber na sua fonte, donde jorra água viva (cf.Jo 4, 14). Devemos readquirir o gosto de nos alimentarmos da Palavra de Deus, transmitida fielmente pela Igreja, e do Pão da vida, oferecidos como sustento de quantos são seus discípulos (cf. Jo 6, 51)”.
O que o Papa pretende destacar é que a renovação da
Igreja realiza-se
também através do testemunho prestado pela vida dos crentes: “de fato, os
cristãos são chamados a fazer brilhar, com a sua própria vida no mundo, a
Palavra de verdade que o Senhor Jesus nos deixou”.
A Igreja, contendo
pecadores no seu próprio seio, simultaneamente santa e sempre necessitada de
purificação, exercita continuamente a penitência e a renovação. A Igreja
“prossegue a sua peregrinação no meio das perseguições do mundo e das
consolações de Deus”, anunciando a cruz e a morte do Senhor até que Ele venha
(cf. 1 Cor 11, 26). Mas é robustecida pela força
do Senhor ressuscitado, de modo a vencer, pela paciência e pela caridade, as
suas aflições e dificuldades tanto internas como externas, e a revelar, velada,
mas fielmente, o seu mistério, até que por fim se manifeste em plena luz”, diz
o papa.
“A fé torna-nos
fecundos, porque alarga o coração com a esperança e permite oferecer um
testemunho que é capaz de gerar: de fato, abre o coração e a mente dos
ouvintes para acolherem o convite do Senhor a aderir à sua Palavra a fim de se
tornarem seus discípulos”.
Por fim, encerramos com uma
dinâmica com bexigas e palavras direcionadas
diretamente para a área da liderança e da responsabilidade, condições
fundamentais também para que nosso trabalho em construção do reino seja eficiente. Houve partilha das situações ocorridas durante a dinâmica e o que
provocou nos participantes.
No dia seguinte, Domingo, participamos da Celebração da Palavra presidida por um Diácono, com a capela lotada, além da comunidade local, também havia a presença dos jovens que estavam para receber o Crisma.
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