terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Tempo da Quaresma e início da Campanha da Fraternidade 2013

Estamos nos aproximando da Festa da Páscoa, mas para isso temos que nos preparar durante um período que chamamos de QUARESMA, que é um tempo em que o tema conversão perpassa toda a Escritura. É neste tempo que Deus insistentemente pede às pessoas que deixem de fazer coisas más, arrependam-se e deixando os maus caminhos, evitem o pecado e pratiquem misericórdia.


 A Quaresma principia com um rito penitencial efetuado em dia ferial, quarta-feira, acompanhado de jejum e de abstinência, este dia é denominado Quarta-feira de Cinzas e tem precedência sobre todas as outras celebrações. O Tempo da Quaresma vai da Quarta-feira de Cinzas até à Missa “na Ceia do Senhor”. A semana que precede a Páscoa recebe o nome de Semana Santa e tem início com o Domingo de Ramos.
 

Neste tempo de conversão a Igreja nos convida a praticar Esmola, Jejum e Oração. Ajudando aos pobres, dando a eles não somente o alimento que sacia o corpo físico, mas também espiritual; abstendo-nos de não só deixar de comer aquilo que gostamos, mas também experimentarmos ficar sem aquilo que nos é supérfluo e finalmente nos unindo a Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor através da Oração.


Também não podemos nos esquecer que na Quarta-feira de Cinzas inicia-se a Campanha da Fraternidade (CF) 2013, que neste ano tem como tema: Fraternidade e Juventude e o  lema: “Eis-me aqui, envia-me”(Is 6,8). Percebemos que neste ano, quem tem destaque são os JOVENS e a CF os leva a refletirem sobre seu protagonismo nesta mudança de época, tanto na sociedade como na Igreja.

 
É jovem todo aquele que se deixa tomar pelo modo de amar próprio de Deus, pela força de Deus, pelo vigor de Deus: amar sem medida! Agora é o momento de darmos valor aos nossos jovens, irmos ao seu encontro, estender a eles nossa mão e os conduzirmos até Jesus Cristo que os espera ansiosamente!
Os jovens são o nosso amanhã! E como diz o poeta: “Se temos de esperar, que seja para colher a semente boa que lançamos hoje no solo da vida”. Vamos todos neste Tempo Quaresmal e nesta Campanha da Fraternidade, lançar boas sementes para colhermos os frutos da alegria, da paz e do amor. E enfim, deixar que o Bom Jesus ressuscite em nossos corações nos trazendo um novo vigor e um novo entusiasmo para as nossas vidas!
 
Boa preparação para a Festa da Páscoa para todos nós!
Ir. Renata Suryan
 




segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Retiro - 2013

Nos dias 13 a 18 de janeiro de 2013 as irmãs dos Sagrados Corações de Jesus e Maria se reuniram na cidade de Aparecida a fim de fazer  uma semana de retiro. 



  
"Foram dias de muitas graças. O retiro espiritual é uma oportunidade que damos a nós com o objetivo de revigorar o espírito para continuar a caminhada com as forças renovadas e com novo ardor missionário em vista do projeto a ser vivido.




 Na sexta-feira o retiro foi encerrado com uma caminhada penitencial, com saída do seminário Santo Afonso até o Santuário de Aparecida, nós irmãs fomos acompanhadas pelo padre Vinícius (Missionário Redendorista)  assessor do retiro.



Foi um dia muito especial e de muita emoção. É ano jubilar e a caminhada penitencial foi um momento muito forte e significativo diante do evento  vivenciado. Durante a caminhada foi possível perceber a fé e a devoção das pessoas que lá se encontravam pelas ruas de Aparecida, todos paravam, silenciavam, rezavam junto  e ao chegar no Santuário muitos romeiros se uniram às irmas.
Este momento foi encerrado com a consagração a Nossa Senhora diante da Mãe Aparecida e com a benção do sacerdote."
Irmã Maria Adriana Guepert Necke

 

Retiro: Oportunidade de encontrar-se consigo mesmo e com Deus.
 
 
"O retiro oferece-nos tempo de parar, refletir, meditar, fazer a revisão de vida, é tempo oportuno de reencontrar-se, de renovar-se, de permitir que Deus nos modele e remodele, e faça as mudanças interiores que devem ser feitas para nos aperfeiçoarmos no seguimento de Cristo, como também para reposicionar nossas metas, objetivos e propostas. É tempo para escutar a si mesmo e de modo especial a Deus. Esta atitude de rever, de encontro consigo mesmo, é de fundamental importância, pois nosso caminhar, nossa escolha como consagradas(os), seguidores de Jesus, deve ser de qualidade, oferecendo o melhor Àquele que nos chama, uma vez que Ele se deu por nós. Para que isso aconteça de modo mais autêntico possível, é necessário o silêncio exterior e interior, momento de encontro com a Palavra de Deus, pois é nele, no silêncio da alma, que nos encontramos com nossa “desordem interna” e ao mesmo tempo também fazemos a experiência do amor misericordioso de Deus por cada um de nós.
 
Através do silêncio e esvaziamento, somos capazes de deixar que Deus nos preencha com sua bondade e ternura. Somos convidados a olhar para dentro de nós mesmos com o olhar do Senhor de maneira que, pouco a pouco vamos encontrando as respostas para nossas dúvidas, as quais muitas vezes somos impedidos pela rotina do dia-a-dia, correria, trabalho, preocupações, etc... coisas que são comuns na sociedade em que vivemos. O retiro nos oferece a oportunidade de recomeçar novamente, mas de maneira diferente, com novo ardor e novo entusiasmo. O retino nos proporciona a paz interior, requisito indispensável para conseguirmos conciliar em nossa vida, trabalho, oração, e tudo o que a vida nos convida a superar no dia-a-dia nesta caminhada de discípulos(as) do mestre."
Ir. Josely Belinovski
 
Agradecemos a todos(as) que estiveram unidos(as) conosco nesses dias de retiro. Tempo muito especial em nossas vidas onde podemos em maior sintonia com o Nosso Amado, refazer as forças, nos entusiasmar sempre mais e assim prosseguir com ardor novo em nossa jornada missionária. Aos Sagrados Corações de Jesus e de Maria. Honra e Glória!!
 

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

ANO DA FÉ

Com a declaração do “Ano da Fé (11 de outubro 2012 a 11 de outubro 2013), pelo nosso Papa Bento XVI, aproveitando esse “tempo de graça”, queremos aprofundar esta questão fundamental  da nossa vida, a Fé.
A fé possibilita uma vida fecunda porque através dela entra-se em contato com a fonte da vida. A Sagrada Escritura nos apresenta numerosos personagens que tiveram vidas tão ricas de significado, tão fecundas que marcaram e foram um sinal de transformação para o seu tempo, e o que mais impressiona é que esta fecundidade ultrapassou também o seu tempo e atingiu inúmeras gerações. Faz pensar na promessa feita a Abraão, chamado o “Pai da fé”: [...] “engrandecerei o teu nome” [...] “Por ti serão benditos todos os clãs da terra” (Gn 12,2-3). Pensar com profundidade nestas palavras não pode deixar de causar na vida prática uma revolução. É muito grande esta promessa. Os que tiveram a coragem de crer viram suas vidas transformadas, engrandecidas por uma força que ultrapassava  qualquer perspectiva. Não é necessário  fazer algo extraordinário ou estranho à vida, mas descobre-se  algo que está dentro e que não se percebia antes, uma força, um dom original, singular e que o contato com esta realidade faz mudar o próprio modo de pensar e de agir, possibilitando uma mudança interior. Essas pessoas tiveram a disposição, escutando essa voz, de mudar suas vidas, abandonando seus próprios pequenos projetos, mesquinhos e egoístas, para seguir o grande projeto de Deus.
Podemos começar nossa reflexão com o Salmo 112, que reflete a vida do homem justo: Como seria seu coração, seus sentimentos e os frutos de sua vida.
 
CORAÇÃO APOIADO NO SENHOR
Estudar o termo coração na Sagrada Escritura é uma grande aventura reveladora, pois é o termo mais usado. Partindo desta constatação abre-se um leque que vale a pena estudar e contemplar. É muito interessante perceber que na maioria das vezes o termo usado não se refere ao órgão físico. Quer expressar realidades interiores do homem nas mais diversas situações e estado de espírito.
Em primeiro lugar o homem bíblico relaciona este termo, em várias passagens com conhecimento; compreender, conhecer, saber. Designa no semântico como: pensamento do coração, projetos e vias do coração. Temos então no Eclesiástico: “Pôs a luz em seus corações, para lhes mostrar as grandezas de suas obras” (Eclo 17,7).
A luz é dada ao coração para compreender. O coração é tido então como sede da inteligência donde procedem as ações conforme a treva ou a luz que há nele. E o Senhor é o perscrutador do coração. O poeta convencido disto exclama: “Podes sondar-me o coração [...]” (Sl 17,3).
A palavra coração designa também memória. A memória no sentido de recordar, vigiando para ser fiel, característica fundamental da religião de Israel. Os israelitas são um povo de memória. Os mais velhos tinham que contar para os mais novos os grandes feitos do Senhor. “Reconhece hoje e medita em teu coração que não existe um outro Deus além do Senhor” (Dt 6,4). A memória solidifica o coração na fidelidade especialmente na prova.
O termo relaciona também aos sentimentos, em especial, ódio, amor alegria, desejo e gratidão. Assim temos: “[...] amarás ao Senhor teu Deus com todo o teu coração” (Dt 6,5); “O meu coração exulta no Senhor [...]” (1Sm 2, 1); “Por isto meu coração se alegra [...]” (Sl 16, 9); “Meu coração e minha carne exultam pelo Deus vivo [...]” (Sl 84, 3)¹.
Esse rico significado do termo ganha uma nova conotação quando o salmista do Salmo 112 diz que o coração do justo está apoiado no Senhor e, por isto, ele não teme notícia más e nem o inimigo. A expressão “não teme” é repetida duas vezes. “O interior do homem que vive na fé o projeto de Deus adquire confiança até atingir a inteligência, a memória e os sentimentos”. A confiança atinge então o mais profundo do ser, deixando-o em paz, apoiado no Senhor.
Desde o Gênesis o homem é tentado a desconfiar de que o Senhor pode fazer por completo feliz. Movido por este sentimento tomou uma atitude fatal, de experimentar uma realização fora dele. Fazendo isto comprometeu seu equilíbrio interior e sentiu medo de Deus² (Gn 3,10). A partir de então, é necessário lutar para recuperar a confiança original de passear com o Senhor no jardim de sua vida com toda confiança.
O justo durante sua vida passa por este processo de confiança, de que o seu Criador possui todos os requisitos para sua felicidade, e que, apesar da luta para a realização do seu projeto, luta que às vezes compromete a própria vida, o Senhor não o abandonará nem na vida nem na morte³. “Ainda que um exército se acampar junto a mim não temerá meu coração” (Sl 27,3).
¹Cf. TESSAROLO, Andréa. Theologia Cordis: appunti di Teologia e Spirtualità del Cuore di Gesù, Bologna: EDB, 1993, p. 21-29.
²Cf. GRENZER, Matthias. O Projeto do Êxodo, São Paulo: Paulinas, 2004, p. 20.
Irmã Leonilde da Silva